um blog de rrose e luís

29.7.08

84

David Wojnarowicz, Rimbaud no mictório luzidio (da série Rimbaud in New York)

28.7.08

83


Durante a semana que começa hoje (para a maioria de nós, que a minha semana começou há meses) permanecerei só no anus adentro.
[espero que voltes e tragas coisas plenas e saudáveis]
A fotografia é do Ryan Mcginley e não tem título.

27.7.08

82

81



Araki


Ooh i need your love babeeeee!

26.7.08

80

Começa assim:
«Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lol. Li. Ta.
Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes; era Lo, apenas Lo. De calças práticas, era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita.»
Vladimir Nabokov, Lolita. Teorema, trad. de Fernanda Pinto Rodrigues.

25.7.08

79



Kenny in his room, NY, 1979
By Nan Goldin

24.7.08

76




75




Helmut Newton

74


O anus adentro sofreu algumas alterações que, por serem estruturais, não são ainda visíveis, mas acabarão por revelar-se aos persistentes. Este auto-retrato foi tirado pelo Robert Mapplethorpe em 1988, um ano antes de se evaporar definitivamente. Li algures que fôra o seu último auto-retrato, mas não posso precisar. Preciso, no entanto, que é dos seus auto-retratos o que mais aprecio (não contemos com este de forma a não dificultar em demasia a escolha).

23.7.08

73



Terry Richardson

70

A rua estava pintada de negro e pelo pavimento inclinado escorriam os restos de uma chuvada intensa. Ao fundo, com o ombro encostado ao único foco de luz em toda a extensão da rua negra estava uma puta; quando reparou nela Gabriel aproximou-se.
Começava a distinguir-lhe as linhas. Magra, feições vincadas, baton para além dos limites dos lábios. Dirigiu-lhe a palavra e a voz da puta, na resposta, trazia um leve sabor a álcool. Tanto melhor. Acordaram o preço. 30 euros por um bico não parecia muito. Tudo dependeria da qualidade do serviço. Já pagara mais por bicos insossos e menos por bicos inesquecíveis. Tinha uma hora para decidir se valera a pena.
Dirigiam-se para o hotel quando a puta sugeriu, na sua voz grave, que o fizessem ali mesmo, pois que a iluminação falhava em todos os postes menos um pelo que a escuridão era total. Gabriel, noutra altura, não teria acatado de modo pacífico a ideia, mas assim poupava o dinheiro que gastaria no hotel e, se o bico fosse bom, talvez acabasse por poder dar mais algum à rapariga. Empurrou-a contra a parede e encetou essa actividade que qualquer homem gosta que é acariciar as mamas de uma mulher com as mãos enquanto a via olhar um relógio luminoso por uns segundos.
"Tens umas boas mamas", disse. Ela agradeceu. Continuou as carícias, com movimentos firmes mas cuidadosos. A puta pensava na sorte que tivera em arranjar um tipo como este. "Mesmo muito boas", reforçou, e na sua voz denotava-se espanto juvenil. "Lá caras foram", declamou a puta num estranho esgar de ironia, mas Gabriel preferia que ela não falasse, o seu tom de voz não lhe agradava.
A puta colocou os braços nos ombros do homem e trocaram de posição. Ela baixou-se e colocou a mão dentro das calças de Gabriel para que ele sentisse na sua pissa erecta e fervilheira aqueles dedos esguios e gelados. Brincou com eles durante uns segundos, voltou a retirar a mão e baixou as calças e a roupa interior do homem. Soltou a língua do céu da boca e projectou-a contra a glande descoberta de Gabriel, alternando depois entre o afundar a pissa na sua boca até à garganta e o brincar com a língua à volta da glande que não via.
Gabriel pensava "mas que belo bico, sim senhor", e o pensamento repetia, "que belo bico". Percebeu que não podia ficar-se por ali com uma puta como aquela, com aquela categoria. Disse-lhe "agora levanta-te, querida" e ela, após mais umas poucas passagens da língua pelo caralho, levantou-se. "E se eu te fodesse essa ratinha, agora? Que me dizes?". Estava embriagado de desejo, embriagado de uma enorme vontade de foder aquela mulher. Durante meio minuto houve silêncio, a puta não respondia. O pedido do homem deixou-a confusa. Por fim, percebeu que era uma brincadeira e acedeu com um sorriso.
Gabriel virou-a de costas, levantou-lhe a saia curta e pegou nas cuecas pelas suas extremidades laterais, empurrando-as para o chão. Dirigiu a sua língua para o olho do cu da putinha e a mão para a sua racha, mas não havia racha. Gabriel sentiu os seus tornozelos tremerem e a garganta colar-se. Aquela puta não era puta nenhuma porque tinha um caralho. Afastou-se como uma dama se afasta da ratazana suja que encontrou contra todas as expectativas na sua grande e bela mansão e embateu no chão de pedra, já no outro lado da estreita rua. "Tu és um gajo", gritou. A puta não entendia o alarido e considerou aquela reacção desmesurada. "Não propriamente". "Não propriamente?", perguntou Gabriel, aos gritos, "normalmente as putas não têm caralhos". "Mas nesta rua as putas têm todas caralhos, se vieste aqui é porque o sabias". Mas Gabriel não sabia, tinha ido àquela rua porque era a que estava mais perto do bar onde os seus amigos o tinham levado depois do trabalho, tendo-lhe dito, antes de dispersarem, para seguir naquela direcção, que encontraria de certeza boas putas.
Seguiu-se um longo silêncio que acabou por ser quebrado pela puta. "Não penses que vais sair daqui sem me dar o dinheiro que deves". Gabriel indignou-se. Procurou a puta na escuridão e, quando a sentiu, arremessou o seu corpo de encontro ao dela distribuindo murros e pontapés. Havia de matá-la. Ou "matá-lo", como corrigia na sua mente após ter pensado nele como uma puta em vez de um homem, ou lá o que ele era. A puta não o esperava. De há dois anos para cá nunca mais tinham aparecido gajos como este; todos sabiam bem o que poderiam ali encontrar. Não sabia bem como reagir e, tal como qualquer um que não sabe como reagir e se vê numa situação limite, cedeu ao primeiro impulso, que foi pouco surpreendentemente corresponder à pancada. A puta, Mauro António de seu nome, tinha menos onze anos que Gabriel e contava com um porte, embora magro, mais atlético que o do homem que a agredia. Ainda envolvidos na completa escuridão, conseguiu encontrar a face de Gabriel e cravar-lhe dois murros fortes, depois dos quais a fúria dele pareceu amainar. Não que tivesse, de facto, diminuído, mas Gabriel ficou consideravelmente atordoado, pelo que passou a concentrar-se mais na sua dor que na necessidade de descarga de energia. Apercebendo-se do seu domínio da situação, a puta deu um pontapé na perna de Gabriel que o obrigou a dobrar-se no chão e pontapeou-o e esmurrou-o de forma desvairada até Gabriel acabar por perder os sentidos. Mauro António estava francamente indignado com o que lhe sucedera. Nunca até então tinha sido vítima de uma tal violência. Procurou a carteira de Gabriel nos bolsos das suas calças sanguinolentas e retirou-lhe o dinheiro que continha. Depois voltou a colocar a carteira no bolso do seu agressor e tirou o telemóvel, depositando-o então na sua pequena bolsa. Como Gabriel tinha recebido o seu ordenado nesse dia e não tinha ainda ido a casa transportava o dinheiro consigo. Mauro António ficou radiante com a sorte que tinha advindo do azar primeiro. Possuía enfim dinheiro para sair daquela cidadezinha reles e lançar-se na grande metrópole onde decerto nunca seria vítima deste tipo de crueldade. Dirigiu-se para casa, tomou um longo banho e curou as feridas que manchavam o seu corpo, depois vestiu uma camisa de dormir e debruçou-se sobre a mesa de madeira carcomida da sala da avó onde, munida do seu caderno negro e de uma esferográfica barata, começou por traçar um minucioso plano para a sua nova vida.
[texto repescado daqui, porque sou um preguiçoso do caralho]

22.7.08

68



Andy Warhol and Brigid Polk at the factory, 1969, by Fred W. McDarrah

21.7.08

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Egon Schiele, Reclining nude

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Aeric Meredith Goujon

19.7.08

60


Agora, para variar o ritmo, um momento de muito pacífica ternura. A fotografia é de Daniel Southard.

18.7.08

59

Eles estavam a fazer um amor muito quente, muito louco, muito passional. Estava escuro, estava calor, as gotículas de suor cobriam os corpos e os rostos. Ela odiava o suor. O suor, a ela, enojava de uma forma muito profunda, muito esmagadora. Eles estavam a fazer um amor muito quente muito louco e muito passional quando ela, sentada sobre o imponente mastro do seu homem, lhe vomitou na cara, no peito, na barriga. Ele, em inebriada confusão, afastou-a de si e procurou o interruptor do candeeiro de mesa enquanto ela embatia no chão violentamente. Ele gritou "sua puta, sua porca do caralho, sua vaca de merda". Ela, humilhada, sentindo que lhe faltava a compreensão do único que ela esperava compreendê-la sempre, fervilhando de indignação, abriu a gaveta da mesa do seu lado da cama, pegou na tesoura e atirou-se a ele cravando-lha no pescoço. Ele caiu e ela cravou a tesoura no coração. Ele morreu. Ela permaneceu inerte sobre ele durante uns momentos. Ele disse "porra, que este gajo tem que pôr sempre o pessoal a matar-se enquanto fode, hein?". Ela, com o coração a bater-lhe, forte, no peito, levantou-se gritando "ah, o morto fala!".

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Araki

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Ellen von Unwerth

17.7.08

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Brad Walis

16.7.08

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Andy Warhol - Querelle - mil novecentos e oitenta e dois (1982)

51







Araki

(Coisinha Sexy)

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Robert e Patti por Judy Linn (e um obrigado sincero à barbie, que só por isto o anus adentro já teria valido a pena)

15.7.08

48



Andres Serrano

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David Bowie & Mick Jagger - Dancing in the street (1985)

Um hino anus adentro.

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Desculpem mas eu amo esta foto!
Mapplethorpe & Patti Smith por Judy Linn

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Querida Ritinha,


Hoje cuando passei por ti no corredor senti em ti o cheirinho da casa de banho das meninas e depois senti uma coisa esquisita a precorrer o meu corpo; no recreio sentei-me num camtinho a tentar perçeber o que se tinha passado mas não consegui perceber porque o João chegou ao pé de mim e preguntou-me se eu não queria ir apanhar minhocas na terra e eu não pude deixar de dizer sim porque tu bem sabes, Ritinha minha paixão, que eu adoro prescurtar a terra e penetrar as pequenas minhocas com o meu garfinho de plástico. Depois, enquanto penetrava as minhocas com o meu garfinho de plástico, subitamente aprecebi-me da verdade por detrás deste torbilhão de sentimentos relativos à tua peçoa. Aquelas minhocas eram eu e o meu garfinho de plástico, na sua brancura imaculada, eras tu. Olhei para trás e vi a tua figura no fundo do recreio a brincar numa rodinha com as outras raparigas. Soube de imediato que era esse o momento. Levantei-me e segui rumo a ti, enfeitissado. Toquei-te na mão e levei-te para longe das tuas amigas então perdidas em risinhos e segredinhos. Tu ignoraste-as porque sempre foste a mais madura, a mais bela, a mais cheirosa, e foste comigo para trás dos arbustos. Disse-te tudo o que voltei a repetir agora, nesta carta, e pedi-te, no final, para que fosses minha namorada. Mas tu recusaste. Então, pedi-te para simplesmente acariciares a minha pilinha com a tua língua. E tu recusaste. E, então, pedi-te para simplesmente envolveres a minha pilinha com a tua mão pequenina e suada. E tu recusaste. E então pedi-te que me visses, que me visses simplesmente, e comecei a despir as minhas roupas sujas de terra. Mas tu fugiste. E eu fui dizer à dona Cultilde para telefonar à minha mãe porque me sentia doente e tinha que ir para casa. E agora estou em casa e daqui, de onde escrevo, vejo a janela aberta a uns quatro ou cinco metros de mim. Daqui a menos de um minuto voarei para além dela. Sempre quis fazêlo mas nunca tinha tido coragem. Espero que esta carta chegue realmente a ti e que te assombre muito para além dos teus atuais 10 anos. Que para todo o resto da tua vida vejas em cada espelho o meu corpo nu que nunca chegaste a querer ver.


Acácio C.


fotografia: david heath

14.7.08

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Robert Mapplethorpe

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Ryan McGinley, Running fields

13.7.08

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Robert Mapplethorpe & Patti Smith, por Norman Seeff

11.7.08

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Robert Mapplethorpe / Legs on toes / 1976

(não descansarei enquanto não tiver colocado neste blog as 174 fotografias que o disco rígido do meu computador contém do Robert)

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Um miminho para todos os visitantes do anus adentro.

(Clemente - Vais Partir)

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Uma forma válida de olhar o retrocesso espiritual e artístico da espécie humana com os avançares dos tempos diz respeito à bestialidade. No tempo de Hokusai - e não contam assim tantos anos quanto isso - as mulheres faziam sexo com polvos gigantes e anõezinhos, cena bonita e aprazível que até os grandes artistas (como Hokusai, aqui) o escolhiam como objecto da sua arte. Hoje corre pela internet o vídeo particularmente repugnante de um homem que se decidiu a ter pelo ânus adentro a farta piroca de um qualquer cavalo, vindo posteriormente a acabar, segundo reza a lenda (e quem viu o filme não pode deixar de acreditá-lo), morto quando a piroca farta do um-qualquer-cavalo penetrou não só pelo anus adentro como pelo resto das entranhas. São os tempos em que vivemos.

35





Nan Goldin

10.7.08

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Discordo. E justifico: a foda é necessária, sim, mas para a perpetuação da espécie. Não tem nada a ver com o prazer visual (ou qualquer outro tipo de prazer, na verdade). E é por isto que este blog não é necessário. E é também por isto que a Manuela Ferreira Leite jamais nos visita. Facto que, com sinceridade, lamentamos.

9.7.08

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Tom Wesselman (1931-2004)

É preciso ter lata (ou uma conaça)!

30






Ainda há pouco falava-se em "não limites o teu silêncio, estás a cuspir merda para toda a parte.".


Cospe-se e pronto.


Fotografia: David Nebreda



29


Terry Richardson

«doente doente, o vadio do vinho, o calor do abraço, o caralho do cheiro da decadência, o fiel amigo da cegueira e do passo a passo.» (eu sei que isto é estúpido e não tem sentido nenhum, mas é uma sentida homenagem; compreendam)

8.7.08

27




Gustav Klimt

26

Ele dizia assim: «estás a ficar um bocado para o pesadota, mor, custa-me segurar-te assim no ar enquanto fodemos». Ela dizia «isso é porque não tens feito exercício, não estou assim tão gorda, foram só dois quilinhos, mor». Ele dizia «eu bem estou farto de te dizer para não fazeres tantas vezes massa, que as natas só servem para engordar, mor». Ela dizia «as natas são boas, e necessitamos de comer hidratos de carbono para o dia-a-dia, ai, mor, estás a magoar-me ao empurrar-me contra a parede dessa forma. Afasta-te lá da parede, vá». Ele dizia «mor, se eu me afastar da parede não sei se vou conseguir continuar a segurar-te». Ela dizia «ai mor, que chato, estás a magoar-me, ai ai ai». Ele dizia «já te estás a vir, mor?». Ela dizia «não, parvo, são gritos de dor. Afasta-me lá da parede porque está a magoar-me e ainda por cima vou ficar com as costas vermelhas e amanhã vamos à praia». Ele dizia «amanhã vamos à praia, mor? Desde quando? Disseste que eu podia ir andar de bicicleta com o Jacinto e o Nuno». Ela dizia «então vou eu à praia, pronto, mor». Ele dizia «vais à praia sozinha, mor?». Ela dizia «opá, estás a magoar-me. Põe-me no chão, pronto». Ele dizia «ai, não posso mor, está a ser tão bom». Ela dizia «está a ser bom porque não tens as costas a arranhar na parede». Ele dizia «oh, sim, oh, sim». Ela dizia «olha para o que estás a fazer, estás a espalmar-me as mamas e a magoar-me. Pára lá com isto, estou farta, mete-me no chão». Ele dizia «agora não posso, mor, está a saber-me bem». Ela dizia «Mas estás parvo? Mete-me no chão, já». Ele dizia «oh, sim, oh, sim». Ela ficava aborrecida e indignada com o tratamento que vinha recebendo e começou a bater nele. Ele adorou as palmadas na cara, no peito, o arrancar dos cabelos, dizia «oh, sim, oh, sim». Ela gritava «pára com isto, caralho». Ele fodia-a com velocidade maior. Ela achava que ele estava armado em filho da puta. Ele não achava nada porque sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela chorava por não poder ir no dia seguinte para a praia por estar com as costas vermelhas e feridas. Ele sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela sentia a respiração dele no nariz, enojava-a - virava-lhe a cara para o lado. Ele sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela sentia-se mal tratada. Ele sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela pensava em como odiava sexo. Ele sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela pensava em como odiava o marido. Ele sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela sentiu um orgasmo percorrer-lhe o corpo. Ele ainda sentia o orgasmo cada vez mais próximo. Ela deu-lhe um murro na cara. Ele caiu para trás. Ela disse «filho da puta, eu mato-te». Ele não disse nada, permaneceu agarrado à cara e com dores. Ela pegou no candeeiro de sala mais próximo e atirou-o à cabeça dele. O candeeiro partiu-se na cabeça dele. Ele não se estava a sentir muito bem. Ela chegou perto dele e pisou-lhe várias vezes o corpo com o salto alto e fino do sapato que ele gostava de a ver usar enquanto fodiam. Ele sentia a perda dos sentidos cada vez mais próxima. Ela gritava «filho da puta, cabrão do caralho». Ele sentia a perda dos sentidos cada vez mais próxima. Ela ajoelhava-se e cravava-lhe murros na cara e no estômago, alternadamente. Ele sentia a perda dos sentidos cada vez mais próxima. Ela sentia um orgasmo percorrer-lhe o corpo. Ele sentia a perda dos sentidos cada vez mais próxima. Ela sentia um orgasmo percorrer-lhe o corpo. Ele sentia a perda dos sentidos cada vez mais próxima. Ela sentia um orgasmo percorrer-lhe o corpo. Ele perdia os sentidos. Ela sentia, sentia, sentia, muitas vezes e muito intensamente. Ele tinha perdido os sentidos. Ela pensava em como os homens são sempre mais fracos, mesmo quando em situação de domínio. Ele tinha perdido os sentidos. Ela levantava-se e ia ao espelho da casa de banho ver o estado das costas. Ele tinha perdido os sentidos. Ela gritava, horrorizada, na casa de banho. Ele jazia sem sentidos na sala. Ela voltou para a sala pensando qual seria a próxima coisa a fazer. Ele não pensava. Ele nunca tinha pensado. Ele tinha esgotado todas as oportunidades de vir um dia a pensar porque nunca mais acordaria.

25




Samantha Wolov



24


George Losse
(não sei o nome da foto, mas, também, os nomes das fotos raramente são importantes)

7.7.08

23



Ralph Gibson

6.7.08

22


Man with dog
by Joel Peter Witkin
1990
(no entanto, recuso o título desta fotografia)

21










João Cutileiro, Parque das Nações


19




Aqui vou eu, anus adentro! - dizia ele.

5.7.08

17

... e dizia AMSBIHABD:
I
Am
Shy
But
I
Have
A
Big
Dick.
Era assim, mais ou menos incompreensível, mas causava grande impacto.

16

Michelangelo Merisi da Caravaggio, A incredulidade de São Tomé, 1602

15





"Só tenho três desejos agora, comer, dormir e foder. Os cabarets excitam-me. Apetece-me ouvir música rouca, ver caras, roçar-me em corpos, beber um ardente Benedictine. Mulheres belas e homens atraentes despertam ardentes desejos em mim. Quero dançar. Quero drogas. Quero conhecer pessoas perversas, ser íntima delas. Nunca olho para caras ingénuas. Quero morder a vida e ser despedaçada por ela. Henry não me dá tudo isso. Eu despertei o seu amor. Que se lixe o seu amor. Ele sabe foder-me como mais ninguém, mas quero mais do que isso. Vou para o Inferno, para o Inferno, para o Inferno. Selvagem, selvagem, selvagem."

(Henry & June, Diário íntimo de Anaïs Nin)

Fotografia: Saudek

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Ele disse «mama-me com força» e ela respondeu «epá agora não tou praí virada, desculpa lá», pelo que ele encolheu os ombros e disse «então tá bem, vou bater uma ali pró cantinho» e ela respondeu «por mim tás na boa, não faças é baruilho que eu tou aqui a ver a novela e agora a má vai tentar matar a Gisela, que puta mais sonsa», mas aí o tipo já tinha perdido a tusa. «Então, já te viestes?» perguntou ela, e ele disse «espero o fim da novela, apetece-me mais que ma mames com muita força», mas não chegaram a foder nessa noite porque ele, cansado, adormeceu antes do terminus da novela.

4.7.08

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"A Sra de Saint-Ange - Repara, Eugénia, que te vou agora ensinar uma nova maneira de mergulhar uma mulher na mais extrema volúpia. Afasta bem as pernas... Reparai, Dolmancé, como, deste modo, vos fica reservado o cu! Lambei-lho, ao mesmo tempo que a cona lhe vai ser lambida por mim e obriguemo-la assim a desfalecer no meio de nós, três ou quarto vezes seguidas, se possível for. Que encantadores pintelhos estes, Eugénia. Como eu gosto de beijar esta penugem leve!... O teu clítoris, que agora observo melhor, está pouco formado, mas é muito sensível... Que estremecimentos!... Deixa abrir!... Ah, és virgem, com certeza!... Diz-me o efeito que vais sentir quando as nossas línguas se meterem, ao mesmo tempo, nas tuas duas aberturas. (Executam)"

( A filosofia na alcova, Marquês de Sade)


Fotografia: Carlo Mollino

3.7.08

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Jean Cocteau