um blog de rrose e luís

30.6.08

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- Já te disse que não - repetiu - que estou com muitas dores.
Mas Manuel insistia. Queria, à força, entrar nela. Tinha o caralho teso e Madalena sabia o que significava o caralho teso do seu homem. Era necessidade - muito mais que simples vontade - de mandar uma boa foda.
- Mas hoje não - repetiu ela após Manuel relembrar a sua necessidade suprema e de como até a sua sanidade poderia depender da concretização do seu desejo.
- Vá lá - repetiu o marido.
- Não e não.
- Mas, afinal, que dores são essas? Quero saber.
Então, as faces de Madalena ruborizaram-se. Teria que inventar em segundos um alibi que a ajudasse a disfarçar a sua falta de vontade de voltar a ser fodida pelo marido. Concluiu, nesses momentos, que tinha que arranjar um plano para se ver livre dele, do seu suor sujo e do seu ressonar tenebroso - «se todas as protagonistas do Almodóvar matam os maridos e safam-se», pensou, «também eu o conseguirei».

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